Do processo de leitura e escrita no Quixote[1]

Esteban Reyes Celedón (UFRJ)

Qual é o processo da escrita hoje? Pode-se dizer que é o mesmo do tempo de Cervantes; assim como, o mesmo do Engenhoso Fidalgo Dom Quixote da Mancha; ou, ainda, o mesmo de Dom Quixote e de todos os outros escritores que ganham voz em La Mancha ou na mancha (o espaço do texto ou a parte impressa da página)[2]. Faz-se necessária uma explicação detalhada para tornar mais inteligíveis as várias possíveis respostas à questão inicial; até porque, a rigor, elas estão incompletas. Este é exatamente o objetivo do presente trabalho: expor, explanar e desenvolver as razões que fazem de cada uma delas uma resposta legítima, com o intuito, não de convencer, nem de dissuadir o leitor, mas de expressar um pensamento válido, da maneira mais clara possível.

Diante disso, como dizia Jack, vamos por partes - a metáfora faz parte de qualquer relato, ainda mais se for literário. Primeiro, o que se entendia por processo de escrita há quatrocentos anos atrás é similar ao que se entende agora. Mudaram, talvez, as ferramentas e as condições da escrita (hoje, com a ajuda da tecnologia, principalmente da informática, o trabalho manual de escrever é facilitado), porém, o que vem antes, que seria o processo mesmo de formação da escrita, continua, essencialmente, inalterado. Hoje, como no tempo de Cervantes, como desde que existe a publicação de livros, antes de escrever faz-se necessário ler. O processo da escrita começa com a leitura. Nunca é demais lembrar que essa leitura deva ser, preferencialmente, na mesma área da escrita; por conseguinte, para o pretendente a poeta a poesia, para o aprendiz de filósofo a filosofia, para o aspirante a romancista o romance, e assim por diante.

Segundo, o processo de realização do Quixote é similar ao de qualquer grande obra contemporânea; e mais, o Quixote denuncia esse processo, com todas as letras, verbo ad verbum. Por exemplo, aquela personagem, mesmo sem nome, que acompanha nosso Cavaleiro até a cova de Montesinos (II, 22)[3], como poderia ter escrito a sua Metamorfose, ou Ovídio espanhol, se não tivesse lido antes a Ovídio? Seria capaz de escrever o Suplemento a Virgílio Polidoro sem ter lido primeiro ao humanista italiano? Constata-se que não só de metáforas, mas, também de metonímias se faz um relato, inclusive o Quixote. O que é, fora título, Ovídio espanhol senão uma metonímia onde se substitui a obra pelo autor? E mais, trata-se de um exemplo bem didático, pois, primeiro diz o nome da composição, para que ninguém tenha dúvidas do que se fala, e se possa entender a metonímia utilizada sem confusão. Além disso, Cervantes expõe a possibilidade, ou talvez a necessidade, tanto de traduzir para o espanhol os clássicos da literatura universal, quanto de comentá-los; bem como, deixa uma dica, nesse labirinto de incertezas que é o Quixote, mencionando livros e autores, os quais ele certamente leu para compor o seu romance, que ajudam na interpretação da sua obra maior. Outro caso ilustrativo similar é encontrado num dos primeiros capítulos, o episódio do escrutínio da livraria (I, 6), que alguns chamam de biblioteca, mas que, sem exagero, poder-se-ia chamar de bibliotáfio (lugar, numa biblioteca, onde se conservam as obras mais raras e preciosas); aqui, o autor, de uma maneira bem sutil, revela, por um lado, parte da bibliografia utilizada para produzir sua história e, por outro, os livros em voga na época, que tanto poderiam ser lidos por um representante do clero, quanto por um cidadão comum, como um barbeiro.

O Quixote, quer seja considerado um livro de cavalaria ou uma paródia a esse gênero literário, não existiria se Cervantes não tivesse lido antes Amadis de Gaula, Lisuarte de Grécia, Florismarte de Hircânia e outros tantos similares. Essa relação entre leitura, inspiração e escrita é tão forte no Quixote que fez com que Avellaneda, após ler a primeira parte, escrevesse seu “apócrifo” (Segundo tomo del ingenioso hidalgo don Quijote de La Mancha), e Cervantes o desmascarasse na sua segunda parte “autêntica”. Desde então, essa maravilhosa narrativa vem inspirando e incitando outros escritores a também redigirem seus próprios Quixotes. É o caso do livro de Dom Miguel de Unamuno (Vida de don Quijote y Sancho) ou mesmo do filme de Orson Welles, só para citar alguns mais famosos.

Já faz séculos que a escrita é o produto de muita leitura. Dado isso, alguém poderia lembrar da clássica pergunta: quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Não é necessário ser biólogo para saber que foi o ovo, pois não há galinha que não venha de um ovo; contudo, pode haver ovo que não venha de galinha (é a evolução da qual falou e escreveu Darwin). Igualmente, sem ser um especialista, pode-se concluir que a escrita veio antes da leitura (pois, não há leitura daquilo que não foi escrito), entretanto, isso aconteceu bem antes que o Quixote, antes mesmo que o Latim. Portanto, para efeito deste trabalho, é irrelevante o fato que, historicamente, tenha surgido primeiro a escrita e depois a leitura. Mesmo assim, é interessante mencionar que a semente da escrita ocidental surgiu na Grécia clássica (que naquela época não era Grécia); lá viveu o aedo (poeta que recitava ou cantava suas composições épicas), que inspirado, muitas vezes, em mitos e fatos históricos, compunha seus poemas; só que, como ainda não existia a prática da escrita literária, guardava todos os versos na memória. Só muito tempo depois algumas dessas obras foram impressas, para felicidade da posteridade e glória dos poetas de antanho. É o caso das composições homéricas, que, certamente, foram lidas por Cervantes e serviram-lhe de inspiração. Hoje em dia, o escritor até pode inspira-se num fato histórico ou num grande amor, por exemplo, para escrever seu texto, seja ele em prosa ou em verso, mas, sem dúvida, o escritor é, antes de tudo, um ledor, um bibliofílico, um bibliófago; a inspiração do tema pode não vir sempre da leitura, porém o processo da escrita sim (as características da redação, o vocabulário, as referências aos clássicos ou contemporâneos, etc.), do mesmo modo que a vontade de escrever.

Terceiro, Dom Quixote, mais do que retratar o processo da escrita, mais do que representar (tornar presente) o processo da criação literária, é, ele mesmo, a própria escrita, entenda-se no sentido metafórico. Ao ler com atenção todo o Quixote, verifica-se que, além de denunciar a indeterminação dos fatos e da vida, os vários possíveis nomes atribuídos à personagem principal revelam as fases da criação de um romance ou a bibliogênese. Note-se, no primeiro capítulo se fala de um incerto fidalgo Quijada ou Quesada, talvez Quijana; por toda a obra, se conhecem as peripécias do suposto cavaleiro Dom Quixote; e, no final, no último capítulo, quem morre é Alonso Quijano. O que isso quer dizer? Por que tantos nomes para uma mesma personagem? Será que é uma única personagem? É evidente que um protagonista de livro realista pode ter mais de um nome, assim como cada pessoa os tem no mundo real (nomes, sobrenomes, apelidos, etc.); mas não se deve cometer o engano de pensar que se trataria de má intenção. Não, não é nada disso.

A multiplicidade de nomes é uma estratégia literária, análoga ao uso do heterônimo (consagrado por Fernando Pessoa), no que diz respeito às qualidades e tendências literárias, diferentes para cada nome (ou heterônimo). Desta maneira, Quijada, Quesada ou Quijana desempenham o papel dos múltiplos leitores (ou inumeráveis leituras); ou, ainda, representam as várias etapas da criação literária, todas elas ligadas aos processos que antecedem à escrita, no caso, principalmente, a leitura dos clássicos gregos e latinos, assim como alguns contemporâneos de Cervantes (Camões, Ercilla e Virgílio Polidoro, entre outros). Esta tarefa é tamanha (tanto no sentido de tão grande, quanto o de tão distinta, tão notável, e mesmo o de tão valente), que são necessários mais de um leitor, ou, pelo menos, um desocupado leitor, fidalgo, por exemplo. Pois, além de leitor precisa ser um desocupado (aqui se incluem: o fidalgo, o cura, o barbeiro, e todos os outros personagens-leitores, e muitas vezes também escritores, que aparecem no livro). Isso com relação aos clássicos que servem de inspiração erudita. Agora, com relação ao tema, a inspiração veio da leitura de diversos outras fontes; para não confundir o leitor com uma lista interminável de nomes de autores e livros, muitos dos quais desconhecidos do grande público da atualidade, indicam-se apenas os gêneros: cavalaria, picaresco, bizantino e pastoril (também se poderia incluir aqui a novelística curta italiana e seu principal representante, Boccaccio, que inspiraram, de certa forma, a “Novela do Curioso Impertinente”, que se desenrola nos capítulos 33 a 35). Tanta leitura é de enlouquecer qualquer um. Desventurado bibliófago que só parou quando “se lhe secou o cérebro”.

Interessante notar que, no último capítulo do livro, a personagem principal se reconhece como sendo Alonso Quijano o Bom; contudo, ao mandar redigir seu testamento, chama a sua sobrinha (filha da sua irmã) de Antônia Quijana. Nada demais para uma época em que era comum feminizar o sobrenome. À vista disso, cabe a pergunta: por que no primeiro capítulo da história os três possíveis nomes sugeridos ao fidalgo (Quijada, Quesada e Quijana) terminam todos em “a”? Inclusive, destacando como mais verossímil, Quijana e não Quijano. Parece haver a intenção de sugerir a feminilidade da personagem. Como em muitos momentos desta obra das incertezas, há diferentes conjecturas válidas. Afirmar que o fidalgo é uma mulher, parece muito pouco provável; só se fosse um romance pastoril, mas não é o caso. Porém, do ponto de vista aqui assumido, relacionando os vários nomes da personagem às diversas fases da criação literária, e que o fidalgo (ou fidalgos) representaria os processos que antecedem à escrita, todos os nomes estariam no feminino, pois fariam referência ao ato de ler, isto é, a leitura que é um substantivo feminino. Esta explicação parece ser bem plausível, talvez seja a mais admissível entre todas[4]; e, é, sem dúvida, um dos alicerces que sustentam e confirmam a tese aqui exposta e desenvolvida.

Acompanhando o desenrolar da obra, chega-se à primeira metamorfose. Do mesmo modo que a larva se transforma em borboleta[5] ou o curioso Lúcio em asno (referência à Metamorfose ou o asno de ouro de Apuleio), o fidalgo se metamorfoseia em cavaleiro[6]. Já ficou claro que, na presente interpretação, o Fidalgo é a leitura ou os leitores; e, o Cavaleiro, quem é? O que representa? Aparece um novo nome para uma nova personagem, para um novo processo literário: Dom Quixote da Mancha, cavaleiro andante – deixa de ser um fidalgo de carne e osso para metamorfosear-se em Dom Quixote de pena e tinta (a pena da galhofa e a tinta da melancolia, como nos diria mais tarde Brás Cubas)[7]. Nosso herói não é leitor, como muitos acreditam, em nenhum momento da obra aparece lendo; ele é a própria escrita: pena, tinta, mancha. Ao ler, ou melhor, ao reler com atenção o episódio da queima dos livros, por exemplo, verifica-se que não se trata da biblioteca do Cavaleiro, e sim da “livraria do nosso engenhoso fidalgo” (I, 6); isso mesmo, a livraria não pertence a Dom Quixote e sim ao fidalgo; o cura e o barbeiro fazem o escrutínio no bibliotáfio daquele Quijada, Quesada ou Quijana. Contraditória posição, neste episódio, do cura e do barbeiro que se apresentam ora como bibliognostas (grandes conhecedores dos livros), ora com bibliocastas (destruidores de livros).  Em outro episódio, quando esse mesmo cura decide ler para os presentes a “Novela do Curioso Impertinente”, Dom Quixote prefere retirar-se para dormir; e mesmo em sonho (para provar a todos que não é um sonhador) decide atuar: trava descomunal batalha real contra os odres de vinho reais, como querendo dizer in vino veritas (no vinho está a verdade) e não nos livros, não na leitura do cura, ele não vem da Itália, está aqui na (M)mancha.

Análogo à larva que abandona o casulo para alçar vôo, Dom Quixote sai na alva, deixando para trás a segurança da casa, o aconchego dos livros e o ócio da fidalguice, para viver suas aventuras como cavaleiro, para escrever sua história com as pegadas impressas na mancha ou La Mancha. Homem nenhum colocaria uma palavra no papel se tivesse a coragem de viver aquilo em que acredita,[8] nos ensina o escritor Henry Miller. Bem se sabe que coragem nunca lhe faltou ao nosso herói, coragem para viver, coragem para atuar, coragem para realizar (tornar real, pôr em prática) seus desejos e convicções; Dom Quixote cavaleiro ad hoc. Então, como pode haver pessoas que o chamem de “sonhador” ou “idealista”? O Quixote é realista, Dom Quixote também. Nosso Cavaleiro não sonha com gigantes, ele luta contra essa ameaça, até mesmo quando ela se apresente em sonho (I 33). Ele não lê nem escreve, ele é a escrita.

Chega-se assim à segunda metamorfose. Do mesmo modo que a personagem de Apuleio deixa de ser asno e volta a ser humano (graças à intervenção da deusa Isis), Dom Quixote se metamorfoseia em Alonso Quijano; deixa de ser o imortal Cavaleiro para ser um simples mortal, “Bom”, mas mortal[9]. Tão mortal que acaba morrendo, como bom cristão; não resiste à visita da Parca. Se Dom Quixote é o texto eterno, Alonso Quijano é o tecido da vida que as deusas Cloto, Láquesis e Átropos, fiam, dobam e cortam. É interessante notar que o nome do protagonista que morre no final do romance não é nem Dom Quixote nem nenhum dos vários outros nomes dados ao fidalgo no início da obra (Quijada, Quesada ou Quijana); indício claro de que se trata de um processo diferente; e, também denuncia que ninguém ou nada pode voltar a ser o que era antes. Na Metamorfose de Apuleio, Lúcio-homem que passa a ser Lúcio-asno no final acaba sendo Lúcio-purificado (não há como ser o próprio Lúcio do início da trama). Do mesmo modo, no Quixote, não há como uma página em branco, que foi manchada pelas pegadas de um aventureiro cavaleiro, volte a ser uma página em branco; não há como fazer com que a mancha desapareça; não há como conceber um Dom Quixote fidalgo (ele já nasceu para ser cavaleiro).

Dom Quixote não tem ascendência nem descendência; nunca foi fidalgo nem nunca o será; nunca foi Quijada, Quesada ou Quijana nem Quijano (muito menos, senhor Martín Quijada, como quis Alonso Fernández de Avellaneda)[10]. Nesse caso, qual é sua linhagem, estirpe ou genealogia? Ele mesmo. Dom Quixote é autopoiético[11], como a própria vida, como a escrita feita vida. Ele se faz a cada passo em La Mancha, a cada instante, a cada rastro deixado na mancha. Coube ao fidalgo ou aos fidalgos abrirem o livro com as folhas em branco para que o Cavaleiro passeasse e deixasse a sua marca moldando a mancha; coube ao melancólico Quijano fechar o livro. Só assim, a partir desse momento, que qualquer desocupado leitor pode pegar, abrir e ler (e reler) as aventuras e peripécias de um anacrônico cavaleiro chamado Dom Quixote de La Mancha (ainda que por conjecturas verossímeis se deixe entender que se chamava Dom Quixote da mancha)[12].

Assim, pois, este ensaio chega ao seu fim, sobrevém a hora de fechá-lo. Espera-se que o objetivo haja sido alcançado, mas, se falhou, resta a frase do Bispo de Hipona: “Si enim fallor, sum” (se me engano existo). Como no Quixote, pouco importa se o cavalheiro venceu ou perdeu, se errou ou acertou, o fato relevante é que ele existe (ou melhor, que ele insiste; entretanto, isso fica para uma outra ocasião, como diria Sócrates, aquela personagem de Platão).

 

Bibliografia

APULEYO, Lucio.                 La Metamorfosis o El asno de oroMadrid: Calpe, 1939.  Disponível em:  <www.cervantesvirtual.com>  Acesso em: 23 mar. 2006.

AVELLANEDA, Alonso Fernandez de.         Segundo tomo del ingenioso hidalgo don Quijote de La Mancha.  Edição de Florencio Sevilla Arroyo.   Alicante: biblioteca Virtual Miguel de Cervantes, 2001.  Da edição original: 1ª ed., Tarragona, Felipe Roberto, 1614.   Disponível em: <http://www.cervantesvirtual.com> Acesso em: 23 mar. 2006.

CERVANTES SAAVEDRA, Miguel de.   El Ingenioso Hidalgo Don Quijote de la ManchaEd. Francisco Rico.  Biblioteca Virtual Cervantes.  Disponível em: <www.cervantesvirtual.com> Acesso em: 23 mar. 2006.

MATURANA & VARELA.    De máquinas y seres vivos. Autopoiesis: la organización de lo vivo.  Santiago: Editorial Universitaria, 1995.

MILLER, Henry.         “Escrever”  in Dubito Ergo Sum: Caderno de Literatura e espanto.  Disponível em: <http://paginas.terra.com.br/arte/dubitoergosum>  Acesso em: 23 mar. 2006.

 

Rua dos Douradores, 16 de setembro de 2006.

 


 

[1] Texto apresentado, com algumas variações, na IX Semana de Letras – As Letras e seu Ensino, UFOP, Mariana, sessão N, 19 de setembro de 2006, às 14h.

[2] A partir de agora faremos a distinção entre “Quixote” (em itálico) para a obra literária e “Dom Quixote” para a personagem principal da mesma obra cervantina.

[3] Indicamos, como já é usual nos trabalhos sobre o Quixote, entre parêntese: primeiro a parte da obra, em números romanos (I ou II); depois o capítulo.

[4] Outra interpretação para os vários nomes da personagem principal do Quixote encontra-se no texto “Metamorfosis: ciclos de vida en el Quijote”, apresentado no IV Congresso Brasileiro de Hispanistas, UERJ, em 05 set. 2006. Este e todos os outros texto da minha autoria mencionados no presente trabalho encontram-se disponíveis na minha página em internet.

[5] Talvez, esta metáfora não seja muito apropriada, no sentido de que a borboleta teria um status quo que seria ser larva (para os que acreditam no ser e existir); mas, Dom Quixote, desde o ponto de vista aqui defendido, não teria nenhum status quo -por mais que em (II, 6) Dom Quixote reconheça sua sobrinha, filha da sua irmã. 

[6] Tema por nós desenvolvido em “La Metamorfosis o El Quijote de Oro”, apresentado no III Congresso Brasileiro de Hispanistas, UFSC, em 13 out. 2004.

[7] cf. “Reflexões Quixotescas”, um dos nossos ensaios, sobre o livro de Angelina Muñiz-Huberman Dulcinea Encantada.

[8] Henry Miller, “Escrever”. Facilmente encontrado em Internet, inclusive sua tradução ao português.

[9] “Yo fui loco y ya soy cuerdo; fui don Quijote de la Mancha y soy agora, como he dicho, Alonso Quijano el Bueno” (II, 74).

[10]Ya no le llamaban don Quijote, sino el señor Martín Quijada, que era su proprio nombre” fol. 2r (II, 1) do Quixote de Avellaneda.

[11] De autopoiese (ou autopoiesis), conceito criado pelos biólogos Humberto Maturana e Francisco Varela, faz referência ao próprio processo da natureza de criar-se a si mesma. Cf. De máquinas y seres vivos. Autopoiesis: la organización de lo vivo.

[12] Jogo de palavras como no original “aunque por conjeturas verosímiles se deja entender que se llamaba Quijana” (I, 1), só que desta vez quer-se chamar a atenção à segunda parte do nome: A Mancha ou a mancha.

 

Voltar